Tratamento de Ceratocone

O ceratocone pode ser definido de maneira geral como uma deformação da córnea, que assume forma de cone, também chamada de ectasia. É uma desordem ocular não-inflamatória caracterizada pelo afinamento corneal progressivo, provocando uma percepção distorcida das imagens.

Ceratone

Visão embaçada em paciente com ceratocone

A dificuldade na percepção das imagens em pacientes com ceratocone é similar à provocada pelo astigmatismo e nos casos mais avançados de ceratocone a visão é muito baixa ou totalmente borrada.

Córnea com ceratocone

Não há consenso a respeito da origem do ceratocone, acredita-se que tenha relação com o hábito de coçar os olhos em pacientes com alergia, e também que tenha uma ligação hereditária ou genética, mas até hoje não foi comprovada nenhuma tese científica sobre a etiologia do ceratocone. O ceratocone pode ser tanto unilateral como bilateral, com alguma predominância em um dos olhos. O ceratocone é ainda muito mais freqüente em portadores de síndromes como:

  • De Down
  • De Turner
  • De Ehlers-Danlos
  • De Marfan
  • E portadoras de doenças como a osteogenesis imperfecta e com prolapso da válvula mitral.

Diagnóstico e evolução do ceratocone

Muitos pacientes não percebem que têm ceratocone. Em sua fase inicial o ceratocone apresenta-se como um astigmatismo irregular levando o paciente a trocar o “grau” dos óculos com muita freqüência, podendo haver aumento ou redução na graduação. Isso pode evoluir rapidamente ou em outros casos levar anos para se desenvolver. Pode ainda afetar gravemente e limitar as pessoas diante de tarefas do dia-a-dia.

Perfil e topografia do ceratocone

O ceratocone inicia-se geralmente na adolescência, em média por volta dos 16 anos de idade, embora tenha sido relatado casos de início aos 6 anos de idade. Raramente o ceratocone desenvolve-se após os 30 anos de idade. Afeta homens e mulheres em igual proporção.
O diagnóstico definitivo de ceratocone é feito com base nas características clínicas e com exames objetivos como a topografia corneal (exame que mostra em imagem o formato preciso da córnea).

Topografia de paciente com ceratocone

Pode ser diagnosticado como ceratocone grau I (incipiente), ceratocone grau II (moderado), ceratocone grau III (alto) e ceratocone grau IV (avançado), entretanto atualmente alguns especialistas já falem em ceratocone grau V (extremo).
Em cerca de 95% dos casos, a estabilização do ceratocone ocorre entre os 30 e 40 anos A evolução do ceratocone é geralmente progressiva, mas não existe um padrão que possa ser adotado. Recomenda-se que sejam feitas visitas periódicas ao oftalmologista para que se possa fazer um acompanhamento detalhado.

Tratamento do ceratocone

O tratamento do ceratocone visa sempre proporcionar uma boa visão ao paciente, bem como garantir seu conforto na utilização dos recursos que serão empregados (óculos, lentes de contato, próteses, cirurgias) e principalmente preservar a saúde da córnea. Em geral o diagnóstico inicial do ceratocone vai ser dado como astigmatismo e a conduta é a correção do grau da ametropia existente com o uso de óculos. Num segundo momento, onde os óculos já não corrigem suficientemente, passa-se para o uso de lentes de contato rígidas gás permeáveis. Hoje em dia as lentes especiais de alta performance para o ceratocone costumam funcionar em casos incipientes até os mais graves. As mais avançadas e específicas lentes de contato para o ceratocone são a Sopper, Rose K2 e a Ultracone, entre outras.

Lente rígida para ceratocone

E quando já não é mais possível a adaptação das lentes no paciente com ceratocone?
Recentemente foi desenvolvida uma nova técnica denominada Anel de Ferrara. Um dispositivo é implantado no estroma corneal visando à regularização das deformações corneais e a correção ou diminuição de problemas refracionais.

Implante de anel intra-estromal em ceratocone

Existem vários tipos de anéis intra-estromais (Intacts, Anéis de Ferrara, Keraring, Cornealring) disponíveis para o tratamento do ceratocone.

Vale lembrar que alguns pacientes com ceratocone poderão necessitar de lentes de contato para otimizar a acuidade visual após o implante dos anéis.
Inicialmente achava-se que a técnica poderia beneficiar a adaptação de lentes rígidas gás permeáveis, mas o que se vê atualmente é que devido, a força imposta pelos segmentos de anéis intra-corneais para aplanar a córnea, uma dificuldade se impõe no novo formato da córnea, em forma de platô, representando muitas vezes um novo desafio na adaptação dessas lentes de contacto para o médico e seu paciente.
Uma lente de contato RGP multi-asférica especial chamada Ultracone PCR (Post-Corneal Rings) foi desenvolvida por cientistas de forma pioneira para superar estas adversidades e tem apresentado ótimos resultados.
O último recurso para o tratamento do ceratocone é o transplante de córnea ceratoplastia penetrante ou lamelar, que são técnicas cada vez mais avançadas, mas que podem trazer eventuais complicações como rejeição e também necessidade de uso de lentes de contato especiais após um período de cerca de seis a dezoito meses após o procedimento cirúrgico.

Transplante corneal em ceratocone

Uma característica que leva o paciente com ceratocone à indicação do transplante de córnea é a presença de leucoma ou de nubécula (cicatriz de aparência nebulosa e esbranquiçada) no eixo visual da córnea, geralmente conseqüência de um episódio de hidropsia da córnea, que quando é permanente ou não regride o suficiente, pode levar a um comprometimento importante da visão.
Muitos pacientes com ceratocone submetidos ao transplante de córnea, que necessitam de lentes podem ser tratados com a lente de contato especial asférica Ultraflat, concebida especialmente para casos pós-transplante de córnea, onde a melhor acuidade visual é impossível de ser obtida com uso de óculos ou lentes de contato tradicionais.
Até agora não havia nenhum tratamento para ceratocone que efetivamente alterasse o curso do ceratocone, e ficávamos basicamente fazendo um trabalho de reabilitação visual. Nem as lentes, nem os anéis eram capazes de impedir a progressão do ceratocone. Apenas o transplante acabava com a evolução do ceratocone, pois a córnea doente era substituída por outra doadora. Recentemente uma nova tecnologia foi desenvolvida para o tratamento do ceratocone e seu uso clínico tem mostrado resultados promissores para o controle da evolução do ceratocone, o Corneal Cross Linking.

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