Cirurgia refrativa com Excimer Laser: LASIK
Como é o LASIK?
Lasik ou Laser-assisted In Situ Keratomileusis é uma cirurgia a laser para correção dos erros refracionais (miopia, astigmatismo e hipermetropia), proveniente da técnica descrita por Barraquer, na Colômbia, como ceratomileusis, na década de 50 e vem se aperfeiçoando desde então.
No Lasik primeiramente são instiladas algumas gotas de colírio anestésico nos olhos a serem operados. O paciente ao entrar na sala se deita em uma cama acoplada ao aparelho Excimer Laser. Em seguida é colocado um tampão em um dos olhos (o que não será operado neste primeiro momento) e um adesivo, no olho a ser operado, para a manutenção do olho aberto. Feito isto, o cirurgião criará um FLAP da córnea.
A cirurgia refrativa pela técnica do PRK leva menos de 60 segundos, a anestesia é feita por colírios e é indolor. No pós-operatório pode ocorrer algum desconforto que varia em cada pessoa, é colocada uma lente de contato que serve como proteção. A visão se estabiliza em poucas semanas.
O PRK tem como grande vantagem o altíssimo nível de segurança, especialmente em paciente com córneas mais finas ou leves alterações em sua curvatura.
Pós-operatório da Cirurgia Refrativa
A recuperação visual é freqüentemente rápida após o LASIK, sendo um pouco mais demorada no PRK.
Em um ou dois dias a grande maioria dos pacientes submetidos ao Lasik enxergam bem. A recuperação visual depende entre outras coisas da cicatrização corneal, do seguimento das orientações médicas, da cooperação do paciente durante o procedimento e do tamanho do erro refracional. Quanto maior for o grau, um pouco mais demorada será a recuperação visual. Em geral, míopes se recuperam mais rapidamente que hipermétropes e, pacientes sem ou com astigmatismos pequenos também se reabilitam mais rapidamente que os portadores de graus moderados e altos.
Na imensa maioria dos casos o paciente vai para casa sem nenhum tipo de tampão, em pouquíssimos casos de Lasik é necessário o uso de uma lente de contato terapêutica para uma maior segurança no pós-operatório, que é geralmente retirado no 2º ou 3º dia de pós-operatório. O paciente utilizará alguns colírios de antibiótico e antiinflamatório por em geral 10 dias.
No PRK a lente de contato terapêutica poderá ser necessária por mais uma semana, e aos colírios, por mais de 30 dias. É necessária a utilização de óculos escuros com proteção ultravioleta em ambientes externos, até a cicatrização completa da córnea. Outras recomendações médicas serão entregues por escrito no fim da cirurgia.
Os efeitos colaterais são, na sua grande maioria, relacionados ao lacrimejamento, sensibilidade à luz aumentada, ressecamento ocular discreto, ardor e sensação de areia nos olhos que duram em média 5 horas.
Uma diminuição da acuidade visual em ambientes mais escuros e a visão de halos ao redor das luzes podem ocorrer e estão mais relacionados a pacientes que possuam uma pupila maior que o da população em geral e em pacientes com altos erros refracionais.
Os retornos se darão no 1º, 7º, 30º dias pós-operatório, salvo alguns casos especiais, e em seguida será de acordo com a avaliação médica especializada.
Possíveis Complicações
LASIK é um procedimento conhecido mundialmente pela sua eficácia, segurança e previsibilidade. Entretanto, existem riscos presumidos, estatisticamente comprovados em literatura mundial especializada. Entre os principais estão:
1) Grau Residual (1-8 % dependendo do erro refracional)
Em alguns casos como erros refracionais altos, não cooperação durante a cirurgia, não seguimento das orientações médicas, defeitos de cicatrização apesar do seguimento das orientações médicas entre outras causas, pode ocorrer um grau residual que freqüentemente é muito menor que o preexistente e pode ser tratado no futuro, geralmente com uma reoperação a Laser.
2) Infecção (< 1% )
A infecção é possível em qualquer procedimento cirúrgico, até mesmo em pequenos cortes que sofremos na pele, e dependendo do procedimento, a incidência é maior ou menor.
Neste tipo de cirurgia podemos dizer que é rara, porém é em geral grave, e precisa ser diagnosticada e tratada precocemente para uma melhor recuperação visual.
3) Relacionados à confecção do Flap (< 2% )
Olhos com formato muito diferente, fronte proeminente, não cooperação do paciente, e dependedo do microceratótomo e da habilidade e experiência do cirurgião são os principais fatores neste tipo de complicação.
A grande maioria das dificuldades encontradas na confecção do FLAP são resolvidas com pequenos ajustes intra operatórios.
Neste tipo de complicação o microceratótomo pode, por diversos fatores, confeccionar um FLAP incompleto ou total (sem pedículo), e dependendo do que acontecer neste momento, o cirurgião poderá continuar normalmente a cirurgia ou abortar a aplicação do Laser, reposicionar o FLAP, colocar uma lente de contato terapêutica por alguns dias, esperar a cicatrização (em média 2 meses) e realizar a cirurgia normalmente.
4) Crescimento epitelial na interface (< 2% )
Células epiteliais podem migrar pelas incisões do FLAP para a interface, ou seja, logo abaixo do FLAP, ocasionando alguns problemas que podem diminuir a acuidade visual.Este tipo de complicação é mais comum em pacientes que realizaram LASIK e que já se submeteram, previamente, à ceratotomia radial, uma técnica cirúrgica mais antiga para correção de erros refracionais através de cortes corneais.
5) Dobras no Flap (< 1% )
Ocasionalmente podem ocorrer dobras ou enrugamento do FLAP durante o processo de cicatrização. Em poucos casos, é necessário um novo reposicionamento do FLAP. O cirurgião levanta novamente o FLAP com um espátula e o reposiciona.
6) Inflamação da Interface (< 1% )
Na maioria dos procedimentos de LASIK há um processo de inflamação da interface, que é normal como parte de um processo de cicatrização qualquer do corpo humano. Esta inflamação é usua
lmente auto-limitada e controlada com colírios prescritos. Alguns pacientes apresentam um aumento desta inflamação e precisam de um acompanhamento mais de perto, podendo este processo interferir no resultado cirúrgico final.
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